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Etel Frota

Ana Cascardo convida Trio Bonsai

2007, Ana Cascardo

Ladainha (Tavito/ Etel Frota)*

Letra

Tanta reza e pouco santo

pouco santo e tanto andor

andorinha já não canto

e atiraram no cantor

Trago em meu peito pagão

tão profana ladainha

notícias de um outro chão

outro céu, outra rainha

Loucura alheia é bobagem

então eu fico co´a minha

pego o meu terço, puxo a reza

te acompanho na oração

eu me ajoelho ao teu lado

na capela da canção

A ternura, fragmento

sonho mútuo, a paixão

a costura, o remendo

inconsútil coração

trago nos olhos de mar

imagens de despedida

recados mudos de amor

miragens, cacos da vida

Loucura pouca é bobagem

ando assim tão distraída

solto os cabelos, pinto os lábios

me perfumo de loção

deito ao teu lado sobre a relva

tão macia da canção

Partitura

Valsa para Helena Kolody ( Gerson Bientinez/ Etel Frota)*

Letra

Olho a janela azul do teu olhar sereno e transparente

espio a tua alma, misteriosa e calma esfinge eslava

e adivinho histórias de amor, arroubos de paixão

riso maravilhado, o amado, a febre e o tumulto do teu jovem casto coração

Amor sereno se perdeu na funda noite estrelada

secreto nome que ressoa em cânticos de devoção

folhagem de palavras ocultando assim a flor do coração

me embrenho nos teus versos, no rastro desta canção

À sombra do teu vôo sigo em busca do sol

é sempre madrugada quando este é o caminho

Nos beirais da vida em que fazes o teu ninho

meu olhar pousa em oração

Me olhas pelo espelho e teus olhos são os meus

a dor perde seu gume, ó lúcida loucura

Em ilhas interiores, neve resvalando, pranto a deslizar, cabelos de luar

bendito para sempre seja o teu trabalho e a graça do teu ser

Silente araucária, taça altiva erguida na intenção de Deus

bebo tua resina, entre os verdes galhos teus

Partitura

Toada do Desapego (Rubens Nogueira/ Etel Frota)* 

Letra

Não chora, não

Tanta coisa entre o céu e este chão

é mistério demais, pra nosso vão saber

São caminhos demais, são graças a granel

a beleza é irmã da dor

é fulô que cai do céu

de repente vem a tempestade

Não chora, não

Te ofereço meu colo e esta mão

eu te abraço outra vez, me deixa te acolher

Cada flor que partir, é flor que vai pro céu

A tristeza é irmã do amor

uma reza ao pé do andor

dessa missa não sei a metade

Deixa que vá

pra casa do azul

morada

O que tem de ser, será

será

virá

na vindoura fulô

Não…

não chora, não

Pouca filosofia

mas te escoro no amor

Te ofereço meu colo

e te acolho outra vez

asa de borboleta

casa azul que se fez

flor de um outro canteiro

Eu te abraço outra vez

Partitura

*canta Ana Cascardo.